Foto: Pewee Flomoku |
Um outro exemplo do poder transformador que pode ter um pequeno grupo de pessoas mobilizadas por uma causa comum e dispostas a encontrar caminhos criativos para alcançar seus propósitos - mesmo que de início pareçam improváveis - aconteceu na Libéria, país da África Ocidental que durante décadas foi dilacerado por lutas entre facções e guerras civis.
Leymah Gbowee desafiou até os negociadores do escritório da ONU, exigindo estabelecer com eles uma parceria, ciente de que não conheciam a realidade e a cultura locais. Quando as tropas rebeldes chegaram à capital e os partidos políticos negociavam em Gana, ela organizou com as mulheres um cerco ao edifício onde deliberavam os líderes, para impedir que saísse ou entrasse qualquer um antes de chegarem a um acordo de paz. Um guarda veio prender Leymah e ela desatou o turbante ameaçando despir a roupa, o que na Libéria equivale a uma maldição. O guarda voltou atrás. Os líderes foram forçados a chegar a um acordo, e formou-se um governo de transição.
Em 2005, com mais de 60% dos votos, Ellen Johnson-Sirleaf tornou-se a primeira mulher a ser eleita presidente em toda a Áfriica e, obviamente, na Libéria. Leymah Gbowee é hoje Diretora Executiva do Women Peace and Security Nettwork for Africa, e consultora da presidente para assuntos de reconstrução democrática do seu país.
Moral da história: contrariando o senso comum, às vezes uma andorinha faz verão!
Veja também uma entrevista exclusiva com Leymah Gbowee, em inglês, feita pelo jornal Huffington Post e publicada em 10/08/2011.
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